Estágios em alta: 5 dicas para conseguir uma vaga em empresas
Pesquisas do Espro mostram expectativas dos empregadores e busca dos jovens por equilíbrio entre vida pessoal e trabalho
São Paulo, agosto de 2025 – A contratação de estagiários está em alta no Brasil. Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que, no ano passado, foram 877 mil vagas de estágio preenchidas, aumento de quase 40% em relação a 2023. A expectativa, de acordo com o IBGE/PNAD é que em 2025 o número seja ainda maior, chegando a 1 milhão de estagiários contratados, o maior volume desde 2012.
Mas o que motiva as companhias a contratarem mais jovens em fase de estágio? Uma nova pesquisa conduzida pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), entidade sem fins lucrativos especializada em inserir novas gerações no mundo do trabalho, revela um cenário promissor de convergência entre as expectativas das empresas e as aspirações dos estagiários no Brasil.
O levantamento, que ouviu 150 executivos responsáveis pela contratação de estagiários nas empresas, identificou que 78% das organizações realizam programa de estágio principalmente para desenvolver profissionais alinhados com os propósitos da empresa e atrair novos talentos. Esses dados demonstram que o estágio deixou de ser visto apenas como mão de obra temporária e se consolidou como política de formação e recrutamento de longo prazo.
"Observamos uma mudança significativa na mentalidade corporativa. As empresas cada vez mais veem os programas de estágio como um investimento estratégico na formação de profissionais", avalia Maria Elisa Muntaner, coordenadora de inteligência de mercado no Espro. Além dos dois principais motivos citados, 33% dos entrevistados veem nos estagiários uma oportunidade de renovação de ideias e perspectivas, enquanto 36% integram os programas de estágio às suas iniciativas de diversidade e inclusão. Para 29% das empresas, os estagiários são uma oportunidade de trazer para dentro da corporação pessoas mais antenadas com tecnologias.
Jovens buscam estabilidade e propósito
Do lado dos estagiários, outra recente pesquisa do Espro revela aspirações que não entram em conflito com as expectativas empresariais. Independência financeira lidera as ambições dos jovens (75%), seguida pela busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional (72%) e o desejo de construir uma carreira de sucesso em grandes empresas (69%).
O levantamento também mostra que 55% dos estagiários sonham em comprar casa própria e 41% desejam trabalhar viajando pelo mundo. Destaca-se ainda que 34% dos jovens querem fazer a diferença no mundo através de ações sociais, demonstrando uma geração comprometida com impacto social positivo.
A convergência entre essas expectativas sugere um mercado de trabalho mais maduro e alinhado. Enquanto as empresas buscam desenvolver talentos e renovar suas perspectivas, os jovens profissionais demonstram ambições que vão além da remuneração, valorizando crescimento profissional, estabilidade e propósito. "Os dados evidenciam que estamos formando uma geração de profissionais que alia ambição pessoal com responsabilidade social, exatamente o que as empresas modernas precisam", destaca Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.
Cinco dicas para conseguir estágio
O meio do ano é tradicionalmente um período de abertura de novas vagas. E com as contratações em alta, o Espro selecionou cinco dicas para que os jovens interessados em estagiar sejam bem-sucedidos nas entrevistas:
Invista em capacitação: Os jovens profissionais podem usar a internet e os recursos tecnológicos para realizar cursos que o qualificarão e serão valorizados pelos gestores e recrutadores. Idiomas, principalmente o inglês, continuam sendo diferenciais. Conhecimentos de tecnologia, como noções de programação e uso de IA, são cada vez mais valorizados pelas empresas. Além disso, existem cursos gratuitos que ensinam competências técnicas, habilidades socioemocionais (soft skills) e cultura corporativa, complementando a educação tradicional. Exemplo é o projeto de Formação para o Mundo do Trabalho (FMT) do Espro, para jovens de 14 a 22 anos de idade e que até o final do ano vai disponibilizar 2 mil vagas em todo o Brasil. Informações: cadfmt.espro.org.br.
Valorize experiências não convencionais: É possível falar de atividades voluntárias, viagens, iniciativas culturais ou artísticas, hobbies e gostos pessoais. "O jovem que joga futebol ou tem um grupo musical certamente tem noções de trabalho em equipe. O jovem que participa de um trabalho voluntário sabe o que é disciplina e gestão do tempo, ou mesmo o jovem que joga RPG ou um jogo de tabuleiro tem habilidade de análise e pensamento estratégico", exemplifica Alessandro Saade.
Seja espontâneo e demonstre interesse: Vale a pena agir com espontaneidade e demonstrar ao selecionador o interesse na vaga. Ter em mente o que se quer dizer, mas não se apresentar com um texto que parece decorado é fundamental. Por que não falar dos objetivos e o que ele espera encontrar dentro da companhia? Tente mostrar o que pretende desenvolver na empresa e como pretende alavancar a sua carreira. Também conta pontos o jovem mostrar que buscou informações sobre a vaga e a empresa.
Cuide da comunicação: A comunicação é fundamental. O jovem deve evitar o excesso de gírias e vícios de linguagem, e buscar contar a sua história de forma clara, objetiva e verdadeira. Também é importante usar uma vestimenta adequada – discreta e, de preferência, de tons neutros. É fundamental entender o dress code da área e da organização. Ou seja, vista-se para o trabalho que deseja ter, mas sem exageros.
Afinidade com tolerância: Quanto mais afinidade entre as habilidades do jovem e a demanda da vaga, maior a chance de contratação. Ingressar na área em que se quer trilhar uma carreira é um passo muito importante. Mas também é normal perceber, durante a vivência nas empresas, que a atividade escolhida não é aquilo que se imaginava. Ou termos períodos difíceis. Ou que empreender é o que nos entusiasma. Não há problema. É preciso entender que a vida profissional tem altos e baixos, que é importante persistir, conscientizar-se da importância do aprendizado contínuo e ser tolerante a erros.
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Sobre o Espro
O Espro (Ensino Social Profissionalizante) atua na inserção de adolescentes e jovens em vulnerabilidade social no mundo do trabalho, por meio da socioaprendizagem, oferecendo uma extensa jornada gratuita, que começa nos Projetos de Formação para o Mundo do Trabalho (patrocinados ou personalizados para nossos parceiros) e segue no Programa de Aprendizagem Profissional ou no Programa de Estágio. Dessa forma, a entidade contribui com seis dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU: trabalho decente e crescimento econômico, redução das desigualdades, educação de qualidade, saúde e bem-estar, erradicação da pobreza e parcerias e meios de implementação.
O objetivo principal do Espro é permitir aos jovens do Brasil desenvolver seus talentos para que assumam o protagonismo da construção do seu futuro e de uma sociedade mais inclusiva, bem como apoiar suas famílias e comunidades, seja por meio de projetos de capacitação ou assistência social.
Em 46 anos de existência, a entidade encaminhou mais de 650 mil jovens para sua primeira oportunidade de emprego e realizou 1,3 milhão de atendimentos sociais, englobando visitas domiciliares, acompanhamentos psicológicos, visitas técnicas, oficinas de geração de renda, encaminhamentos para a rede de apoio e outras iniciativas para desenvolver e melhorar a vida e o ambiente na jornada destes jovens e das comunidades onde vivem.
As empresas e parceiros do Espro têm acesso a um portfólio completo de soluções de recrutamento de jovens com a finalidade de transformar a sociedade por meio de projetos de impacto social idealizados para cada uma de suas necessidades.
O Espro tem 6 filiais e 56 unidades de atendimento regionais espalhadas pelo Brasil, alcançando 443 municípios, capacitando anualmente mais de 40 mil jovens por meio dos programas e projetos. Para ampliar sua capilaridade nacional, a entidade criou a Rede de Aprendizagem Espro (RAE) que estabelece alianças com outras organizações para fazer o acolhimento dos jovens de forma colaborativa, por meio do seu Sistema de Aprendizagem (SAE).
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